28 de dezembro de 2009

CONTAGEM REGRESSIVA

Gotas caem. Parecem poucas, porém muito me molham. Me encharcam. Me deixam pensativos. 30 vezes me peguei olhando pela janela. Lá fora mais água do que aqui dentro. Mais luz. Mais vida. 24 anos. 23 vidas diferentes. Alguém aparece na janela. Mais molhada que a chuva, escorre o desejo de me ver. Vim te ver, foi o que disse. Vim perder, perder o medo. Perda de tempo. 18 horas. 15 minutos parada a me observar. A maquilagem escorre escura a face branca e pálida que procura a sorte. A morte em seus olhos. O amor em suas mãos. Abro o portão. Abro minha mão para receber o amor que agora firme está entre os dedos molhados. Entre os dentes o orvalho. Entre as pessoas o abraço. Entre mim e você. Permaneço 12 horas do meu dia a procurar. 12 horas a me frustrar. O que procuro não encontrarei debaixo do meu teto. Os dedos se abrem para pegar uma toalha que em seguida é passada pelo rosto. Deixam marcas no alvo algodão. Deixam marcas no chão. Deixam pra lá. Apenas deixam. 9 linhas foram escritas. 7 palavras apenas. Eu procuro sempre estar te amando mais. Era isso. Era visto que o amor escrito e entregue, mesmo que molhado, mesmo que borrado, mesmo que falso, era amor. Trazia a dor. Escorria o ardor da paixão. Percorria o chão, com os pingos que marcavam a trajetória da sua caminhada. Foram só 5 passos. 3 abraços. 2 pessoas. O tempo para, mas as horas não. Parece que o minuto é eterno, mas na verdade o ano acaba. Este termina e mais 1 começa. Mas o amor escrito, escondido permanece nos corações molhados pelas gotas da paixão.

25 de dezembro de 2009

PARTO

Desajeitadamente ela tenta dormir. Depois de uma longa viajem e o desconforto de nove meses de gravidez, o único modo de descansar foi encostar-se em um monte de feno e tábuas que encontraram naquele estábulo. Ele também tentava dormir. Mas nem os animais conseguiam fazer com que, a quebra da rotina, não fosse um impesílio ao descanso. Mas não havia como isso acontecer. Em meio à escuridão que cobria o céu com estrelas reluzentes, uma estrela especial brilhou. Ela abriu os olhos e viu esse brilho especial. mas não foi esse o motivo de ter acordado. Uma dor em sua barriga a intrigava. E não foi momentânea. Ela o acordou. Ainda sonolento perguntou o que havia. O desespero abriu seus olhos, mas era um homem. O que os homens sabem disso? Abandonou-a por um instante e bateu na porta daqueles que o haviam deixado dormir no estábulo. Algumas mulheres foram ajudar. Não havia como levá-la pra dentro. Teria que ser ali mesmo. Água, panos, era 'máximo que conseguiram naquela hora da noite. Ele estava impaciente do lado de fora: "a culpa é minha, trazê-la nessa viajem tão longa comigo"..."acreditar no que aquele anjo me disse"... Impaciência. Tudo o que podia sentir, Além do medo, ansiedade, curiosidade. Como seria essa criança? Lá de dentro só vinham gemidos e gritos. Dar a luz a uma criança não era indolor, mesmo sendo a criança que era. Alguns vizinhos foram verificar o que acontecia. Logo um pequeno grupo de pessoas aglomeravam-se ao redor da estrebaria. Ele olhou para cima. A estrela, agora, parecia mais brilhante. Antes que abaixasse a cabeça os gemidos de dor cessaram. mas não foi capaz de ouvir o choro. Mas chorou. Não teve coragem de entrar. Esperou que as mulheres que lá estavam para ajudá-la saíssem. Ninguém mais sabia, só os dois, que, o pequeno ser que acabara de nascer não era apenas mais uma criança que vinha ao mundo. Era a esperança de toda uma história, de toda uma humanidade, era minha esperança.
Uma noite de dores no início, uma morte de dores no final. Mas, apesar disso, prevalece a esperança.

23 de dezembro de 2009

O silêncio me disse que a noite impera,
Que o ciúme aumenta, e que a escuridão governa.
O medo confirma a ilusão da certeza,
A mente finge que não vê beleza,
No olhar de um infante, no brilho de uma estrela,
na humildade dos pastores, na pompa das realezas.
Na palha repousa.
Na terra chega, para mostrar ao mundo
Que a sua palavra é verdade,
Que o amor prevalece,
Que a luz é o caminho,
Que tenho certeza.

15 de dezembro de 2009

AMANHÃ

Os olhos se abrirão sobre novas perspectivas.
A mente ultrapassará a barreira do ontem,
O universo se ampliará.
O corpo parece maior, o espírito não acompanha o crescimento.
Por que isso acontece.
É só mais uma metamorfose.
Mais uma cigarra que sai da terra,
com o único intuito de cantar, encantar, amar e morrer.
Tão pouca experiência em amar,
mas com êxito, deixa sua marca.
Deixo minhas cascas pra trás.
Deixo o meu eu me guiar.
Nova fase, nova vida, mesma história.
Escrevo com melodia senóide uma vida.
Altos e baixos que sempre sei onde vão dar.
Uma montanha russa que temos vontade de ir de novo.
A subida é lenta e difícil, a decida é rápida e sem nenhum esforço.
A física nos joga pra baixo.
A vida novamente nos leva pra cima.
Amanhã é a virada, do ápice à queda.
Tudo de novo.
Nada de novo.
O mesmo eu, um novo horizonte.
O mesmo espírito, um novo corpo, sem casacas.
Pronto pra alçar voo e cantar, aos quatro ventos,
Minha história, minha vida.



7 de dezembro de 2009

ENTENDIDOS DO ASSUNTO

Pode o coveiro entender a vida?
Pode a tartaruga entender a velocidade?
Pode o cego entender a beleza?
E o louco de certezas?

Pode a bailarina entender a brutalidade?
Pode o palhaço entender a tristeza?
Pode o excluído entender de oportunidade?
Ou a estrada de ansiedade?


6 de dezembro de 2009

NÃO TENHO DINHEIRO

Todos os dias, quando vou pra faculdade, tomo o caminho mais longo. Não que eu queira chegar atrasado e levar falta sempre (que é o que mais acontece). Mas é que tudo é compensado pela visão que tenho ao passar em frente a locadora. Ela está sempre lá no balcão. Eu paro, entro, digo um oi. Faço isso costumeiramente, pelo simples prazer de ver sua cara de quem acabou de acordar, seus cabelos ainda desgrenhados, seus olhos amendoados, sua face rosada pelo vento frio. Ela é linda. Já disse isso a ela, várias vezes, mas ela insiste em não me dar uma chance. O que posso fazer? Desistir jamais. Se ela aceita minha amizade, ofereço amizade, mas na esperança de um dia ter o reconhecimento do amor que tenho por ela. As vezes levo uma bala, um bombom. Mas você sabe, estudante num tem como ficar levando flores e presentes. Acho também que nem toda mulher se impressionada com isso! Mas se sobrasse uma graninha no fim do mês ia poder tentar mais uma vez. Todas as outras tentativas de um lanchinho, uma ia ao cinema, um jantar, tudo, todas as propostas ouço a mesma resposta: "É melhor não!" Quando é que vou ser bom o suficiente pra sair com ela? Sempre junto, economizo e me esforço pra poder fazer uns convites desses pra ela. E continuarei a fazê-lo. Apesar do que aconteceu essa semana. Tá, eu posso contar pra você! Foi assim: acordei cedo e fui pra universidade, passei em frente a locadora, ela estava radiante, nada de cara amassada ou cabelo desgrenhado, ela estava perfeita. Parei alguns segundos na porta até que percebi que ela ria (de mim) e me chamava. Perguntou por que estava que nem um bobo parado ali! Fui sincero, sempre sou. Ela ficou meio sem graça com minha resposta. Daí perguntei quando é que ela diria sim a um dos meus convites. Foi aí que a tragédia aconteceu. Ela corou a face, abaixou a cabeça, tomou coragem e disse: "Por que não me paga um sorvete hoje a tarde?" Mal podia acreditar! Foi então que me lembrei de algo, e fui obrigado a ser sincero: "Não tenho dinheiro hoje!" O resto do mês não tive coragem de passar em frente a locadora. Quando a mesada do mês caiu na conta a primeira coisa que fiz foi ir lá, fazer um novo convite com a convicção de que ela aceitaria dessa vez. Dei de cara com um rapaz com cara de quem acabou de acordar, cabelo desgrenhado, óculos escuros no lugar dela. Perguntei onde ela estava, ele não soube responder, tinha sido contratado a dois dias, não conhecia ninguém com aquele nome.

ALMA VAZIA

O que pensar,
o que ver?
Os olhos abertos enchergam.
Mas não querem ver. Não querem.
apenas fingem estar abertos.
O corpo não é capaz de traduzir o vazio da alma.

Os braços estão abaixados.
Não há força ou vigor.
Não existe vontade própria,
nada existe. Senão a melancolia.
As sombras do passado assombram o presente.
O brilho do futuro está distante.
Os pés não mais querem caminhar.
Meu caminho é longo,
meus passos são curtos.
A mente já não mais se interessa
pelo que se passa ao redor.
Besteiras e bla bla blas!
O oco que existe nos pensamento só pode ser preenchido por amor.
Amor. Esperança.
Espero que um dia ame.
Espero...
Esperança é a ultima que morre.
A alma já morreu, não foi capaz de esperar.

Os olhos fingem que vêem.
O corpo não é capaz de sentir o vazio da alma.
Meus passos são curtos,
mas o abismo está próximo.

2 de dezembro de 2009

VESGO

De longe a mente vê
Que o corpo já não aguenta.
O olhar fundo enxerga
O que é obrigado.
Por ele, já estaria fechado.
Por mim, já estaria dormindo.
O pé balança, a boca abre.
Sem som. Sem vontade.
Fecha-se a boca, mas não os olhos.
Que de longe vêem o relógio.
A mente fecha, mas o corpo não para.
A alma declara falência.
Falência múltipla das vistas.
O que os olhos não vêem,
A mente inventa.
Meia noite e cinquenta.
Um olho olha pra tela.
O outro pra cama.
Boa noite, nem vesti meu pijama.

27 de novembro de 2009

... NO MEIO DO CAMINHO

"No meio do caminho tinha uma pedra..."

Foi o que Drummond escreveu uma vez.
Sabe. Isso é bem verdade. Nunca encontrei alguém que me dissesse que nunca passou por problemas ou dificuldades. Ou alguém que nunca tenha sofrido e batalhado para alcançar algo. E isso é mais verdade ainda. Ninguém, nunca, em tempo algum terá uma vida fácil. Sempre teremos aflições. E sempre precisaremos dar um jeito nelas.
As vezes, a nossos olhos, a pedra no meio do caminho mais pareça o Evereste. Pode ser até mesmo um cisco no nosso olho. No momento em que encontramos com essa "pedra" não conseguimos a ver do tamanho que realmente é. Tropeçamos nela, caímos, e só depois olhamos para traz. Olhamos para a pedra. Vemos tantas coisas que nos rodeiam, tantos sonhos a serem realizados, tantos tantos. Olhamos sempre firmes e altivos para o alto esquecendo de dar valor as pedras que encontramos no nosso caminho, sem enxergar o real tamanho daquela pedra em nossas vidas.
Fomos educados a andar olhando pro chão. Prestar atenção no caminho que andamos. Nossa trajetória. Quando enxergamos uma uma pedra grande, nos desviamos dela. Quando uma pequena, damos um chute para que ela não mais te incomode ou venha a incomodar outros.

Pessoas são pedras. Oportunidades são pedras. Nossos próprios caminhos são feitos de pedra. Sempre haverá uma pedra no meio do caminho. Temos que aprender a valorizar os tropeções e sustos que elas nos dão. Assim como as alegrias, os momentos, a vida, que essas pedras nos dão, nos proporcionam ou nos lembram.

"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho."
Dessa parte todo mundo lembra. Mas alguém lembra o que diz o resto?

"Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."

9 de novembro de 2009

NARRATIVA IMPESSOAL

A mente está vazia. A alma chora. O corpo esfria.
Da janela vê-se os pássaros em revoada. Buscam abrigo.
Uma negra e densa nuvem se aproxima.
O céu chora. O sol não vai se por essa tarde.
Seu brilho não será visto. Por mim muito menos.
As cortinas são fechadas.
Uma garotinha e arrastada para fora do quarto.
Em prantos é arrastada. Deixa gotas de lágrimas no chão.
Sua face é rosada. Seu olhar grande, mas fundo.
A porta se fecha. É esmurrada por alguns segundos.
Silêncio. Nada mais. Escuridão.
A cama não está vazia. Muito menos arrumada.
A nudez não é escondida. O corpo está a mostra.
Uma única pessoa vê a cena agora. Um único olhar.
Ouvi-se gritos novamente.
Pela fresta da cortina consigo imaginar o que acontece no quintal.
A garotinha saiu. Olha fixamente para a janela enquanto grita.
Uma primeira gota de chuva cai sobre ela.
Ela olha pra cima. A nuvem negra parece cobrir apenas sua casa.
A terra torna-se em lama. O vestido branco está russo e molhado.
A face antes rósea está pálida.
Suas forças acaba. Se joga no chão.
Dentro do quarto a nudez é coberta. A porta aberta.
Aquele que via não mais quer ver.
Sai pela porta da frente. A garotinha o olha furiosamente.
O silêncio retorna à casa, a garotinha volta ao quarto.
Está tudo revirado. As gavetas mexidas.
Jóias e cartão de crédito, foi tudo que levaram.

5 de novembro de 2009

ELA

Um dia abri os olhos. Foi a primeira vez.
Um luz intensamente branca invadiu minha mente.
O meu cérebro não sabia ainda decifrar as cores que entravam em meus virgens olhos.
Mas meu tato reconhecia o tato daquela pele. Meus ouvidos reconheciam aquele suave e macio som. Meus instintos reconheciam aquele amor.
E dentro em meu coração foi ativado o desenvolvimento de um amor incondicional por aquele vulto ainda informe que se coloria em minha mente.
Mas com o tempo a imagem foi clareando. E não importava beleza, tamanho, forma ou cores. Importava que aquela imagem estivesse sempre em meu campo de visão.
Importava ouvir sempre aquele som. sentir sempre sua pele. Seu amor.
A mente cresceu. E com ela o corpo que a comportava.
Conheci o significado de beleza, de bondade, de confiança, de humildade, de firmeza e segurança.
Todos esses conceitos enquadravam naquela pessoa a quem ainda não conseguia chamar, mas conseguia reconhecer.
Nesse período só me expressava com gritos, grunhidos e choros.
Não era o suficiente pra demonstrar o que sentia.
Foi então que resolvi falar.
Imitar aquela voz que tanto dizia alegrias e amores em meus ouvidos.
Não foi fácil. Mas pronunciei mãe!
Esse foi o começo.
O meio é sempre perturbado.
O mundo exige que outros nos ensinem muitas coisas. Alfabetização, educação, relacionamentos. Muito disso foge dos conceitos que ela vinha inculcando em mim com atos e não forçadamente.
Foi então que pronunciei grosserias. Desavenças e maldades.
Percebi que estava andando longe do que sentia.
Tive que aprender novas palavras. Não só, mas també, viver o sentido que elas me traziam.
Foi então que pronunciei perdão, desculpe, foi minha culpa, posso ajudar.
Isso foi depois do meio.
Então tive que ir. O colo dela distante ficou. Não mais tinha sua imagem em minha frente. Não mais ouvia sua voz, a não ser por telefone. Ele distorcia a maciez daquele som a tanto tempo apreciado. O tempo gasta as memórias deixando-nos com a impressão que, apesar da distância, estamos bem.
A mente cresceu ainda mais.
E muita coisa foi dita.
Porém disse poucos "eu te amo".
Pronunciei poucas vezes a falta que fazia.
Demonstrei pouco em relação ao tanto de demonstrações que recebi todo esse tempo.
O tempo passa.
Os conceitos de beleza se apuram. O conhecimento da bondade aumenta. Nossa própria humildade e segurança são desenvolvidos.
Nada disso é suficiente para abalar a base sólida criada e desenvolvida junto com a imagem de uma mãe que, mesmo sendo um borrão no início, torna-se claramente algo essencial na nossa caminhada.
Não importam as rugas, a idade ou a mudança da voz. Não importa a cor do cabelo ou a distância.
Importa termos, nem que seja na mente, a imagem dela.
Sua voz, seu sorriso.
Ela, que me gerou, não só corpo, mas também mente e coração.
Aproveito essa oportunidade pra dizer mais uma vez: "Eu te amo!"


Feliz Aniversário

3 de outubro de 2009

MULHERES

Inebriantes criaturas formada a partir de uma costela. Deus é poderoso mesmo, conseguir fazer o que fez com uma costela... só Ele mesmo! Conseguir juntar em um único ser delicadeza e força, maturidade e incertezas, amores e lágrimas, seios e tpm's, charme e vaidade, determinação e desespero, destreza e medo de barata. Tantos paradigmas, tantas variações e combinações que fazem delas poderosas armas contra os homens. "A revolta das costelas perdidas", seria um bom nome pra filme. Mas bobos e obedientes. Deus tira a costela da gente e a gente a quer de volta. E Deus mesmo ordenou que voltássemos a ser "uma só carne". Por que sempre isso?
É difícil entendê-las, fácil amá-las. Quer ver:
Ela acorda de cara amassada, cabelos dentro de uma meia calça amarrada pra servir de touca, olhos inchados e coluna dolorida. Só sai quando está maquiada, penteada, bem vestida e em cima de um salto. Ela tem um alvo, não sairia despreparada. O corpo não está a mostra, mas instiga. O decote é discreto, mas provocante. O cabelo está solto, dando ainda mais movimento ao andado, equilibrando o balanço dos quadris. Ela força um leve rebolado a cada passo. Seu perfume é tirado da mais cheirosa flor. Digno de ser citado pelo mais romântico poeta. Ele vê o alvo, muda o percurso, vai passar na frente dele, é provocante. Finge que ignora, mas quer chamar a atenção.
E é lógico consegue. Então para, e antes que você consiga comentar com seu amigo sobre a escultura divina que passou na sua frente, ela joga os cabelos, e te encara, parecendo que foi sem querer e seu queixo cai. Ela alcançou seu objetivo. Agora é hora de dele alcançar o seu. E o dela de se fazer de difícil. E ele chega cheio de papinho, que não serve pra nada, ela é inteligente o suficiente pra deixar as cantadas baratas no chinelo. O papo é outro. Ela quer conhecer o cara. Não apenas cair numa armadilha mal armada. Aliás, ela é quem tem armado a armadilha. Então ela percebe que o cara não era tudo o que ela imaginava (elas são muito boas nisso!). E ele percebe que ela é a mulher da vida dele. Depois de um tempo relutando ela se deixa convencer e o torna o homem mais feliz do mundo. Mas quando ele se decepciona com o tanto de areia que tá caindo do caminhão e termina o relacionamento, ela sofre. Sofre como se tivesse perdido alguém que sempre amou e esteve do seu lado. Iludidas, apesar de tudo. Mas quando o relacionamento dá certo e se casam, passando a conhecer plenamente o que era a vida a dois com ela e a importância do suporte que ela dá, o homem vira escravo do sentimento maior. E tentam, sem muito sucesso, deixá-la sempre feliz. Mas isso é quase impossível, então ela desiste do casamento. E ele chora como se ela tivesse morrido.
Confusas sim, complicadas também. Mas uma deliciosa aventura e um risco totalmente corrível.
Qualquer lógica não faz sentido perto de pessoas como elas.
Qualquer método insuficiente pra desvendar seus enigmas e mistérios.
Qualquer trouxa se apaixona.
Se a sociedade caminha pro fundo do posso, o fundo do posso somos nós, porque as mulheres prevalecerão!
Difícil viver com elas, impossível viver sem elas.

20 de setembro de 2009

PAIXÕES FUTURAS, PAIXÕES PASSADAS

Paixão. Tanto significado em uma só palavra.
Paixão é ter dez anos e deslumbrar a menina mais bonita da turma. Mesmo sem saber o significado de deslumbrar-se. É olhar seus olhos verdes e não ter coragem de dizer nada. É tornar-se adolescente e ter medo dos seus sentimentos. Não saber o que está acontecendo mesmo sabendo o que queria que acontecesse. É ser tão amigo, tão próximo dela, tão íntimo a ponto de saber que ela está apaixonada, por outro.
Paixão é dúvida, apesar das certezas. É surpreender-se com novas pessoas e desejar ser surpreendido a cada dia. É querer contar a ela. Olhar seu doce lábios ficar só no olhar. A única que se mexe é a sua. E não sai nada de útil. Paixão é decepção. É olhar pra trás e saber que apesar de tudo, nunca se apaixonou.
Paixão é futuro, não presente. É pensar alto, longe. Ver corações nas nuvens. Enxergar o nome dela em letreiros na rua. Pensar nela ao assistir a um filme romântico. É querer beijá-la e não ser permitido. É conhecer seus problemas, seus defeitos. E gostar deles. É esquecer o passado. Apresentar-se como uma nova pessoa. Um novo homem. Talvez um novo menino, deslumbrado pelos seus olhos.
Paixão é chegar do trabalho cansado. Poder sentar no sofá de uma sala bagunçada e gritar: "Querida, cheguei!" . É ouvir uma voz suave a dizer "pai". É olhar nos olhos daquela criança, o mesmo olhar da mãe, e ter certeza do que é paixão. E sentir o cheiro da comida vindo da cozinha. Ela larga tudo e te dá um abraço. O tempo para. O cheiro bom que vinha da cozinha torna-se um cheiro de queimado. O que importa! Isso é paixão.
Acho que me apaixonei. Não tenho certeza. Ainda não dá pra sentir o cheiro do queimado vindo da cozinha, nem dá pra olhar nos olhos do nossa filho (ou filha) e ver os seus olhos. Ainda não temos filhos.
Paixão é estar parado à sua frente, diante da porta da sua casa. ela não quer entrar, você não quer partir. Nada a se dizer. Paixão e covardia são parentes. Paixão não é dúvida, é certeza.
Depois de descobrir o significado de paixão, o próximo passo é descobrir o significado de "te amo". Um passo que tem que ser dado direito. E um passo que não quero dar sozinho. Por isso escrevo. Para te fazer um convite. quer caminhar comigo?
Eu sei, é covardia. Paixão é futuro. É uma caminhada. Acho que o próximo passo é seu. Sim ou não.
Sim, pode mudar o rumo da caminhada, de ambos.
Não, caminharemos (no meu caso sem rumo) como antes, sem mudar nada. Sem mudar nada.
(Isso foi escrito no início do ano, e seria enviado pra uma pessoa. Não tinha o seu endereço. E, agora vejo, teria sido um erro! Não que não estivesse apaixonado, ainda estou, eu acho, mas o impacto teria sido mais forte do que foi.)

19 de setembro de 2009

OS ESTATUTOS DO HOMEM

Em minhas divagações pela BBT, em busca de literaturas interessantes, encontrei um livro de poemas se Thiago de Mello, de Santiago do Chile. Bem, não é um poema, mas digno de leitura.

Os Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)

ARTIGO I - Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida, e que de mãos dadas, trabalharemos todos pela vida verdadeira.

ARTIGO II - Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm o direito de converter-se em manhãs de domingo.

ARTIGO III - Decretado, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia todo, abertas para o verde onde cresce a esperança.

ARTIGO IV - Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem assim como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.
Parágrafo Único: O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino.

ARTIGO V - Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará a mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.

ARTIGO VI - Fica estabelecido, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

ARTIGO VII - Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa pra sempre desfraldada na alma do povo.

ARTIGO VIII - Fica decretado que a maior dor sempre foi e sempre será não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

ARTIGO IX - Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

ARTIGO X - Fica permitido a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida, o uso do traje branco.

ARTIGO XI - Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.

ARTIGO XII - Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.
Parágrafo Único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.

ARTIGO XIII - Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.

ARTIGO FINAL - Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como o fogo ou o rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Thiago de Mello
Santiago do Chile
Abril de 1964

8 de setembro de 2009

TODOS OS DIA PARECEM DOMINGO

O sol nasce. O despertador não toca, as cortinas não abrem. Preguiça. O corpo, outrora encolhido sobre os lençóis, esticado busca acordar. Os olhos não abrem, mas os pés já andam. O caminho é conhecido. Essa manhã nenhum carro, bicicleta ou semáforo atrapalhará sua caminhada até onde preciso estar. Só preciso ir ao banheiro, sem pressa, fazer xixi sem levantar a tampa. O que é que tem? Ela ainda não se levantou. O que teremos pra café? Esquenta o pão de ontem, a cafeteira faz o resto: café, leite e torrada com geleia. Roubo uma flor no jardim do vizinho quando saio pra pegar o jornal de domingo. Levo na cama pra ela. A cara amassada, o cabelo totalmente disforme. Quem é ela? Ah é! Casei-me! O vento mexe a cortina que deixa um raio de sol tocar seu rosto. Lembrei-me porque casei. Sua pele, mesmo amassada, é suave como pêssego. Seus olhos são incomodados pelo sol, então se vira na cama, e então os abre. São de um azul profundo, como o céu de um belo dia de passeio com a família. Sim, tenho filhos. Um garoto de oito e uma linda garotinha de quatro. Ele é uma graça, e ela tem os olhos da mãe. Sem muito relutar, eles levantam e tomam leite, comem torradas, e saímos pro parque. O sol continua a brilhar, parecendo que será um dia perfeito. O transito é tranquilo, nada daquela correria do dia a dia. A grama ainda está humida do orvalho da manhã! As crianças se afastam um pouco pra brincar. Ele empina uma pipa que nos fizemos faz algumas semanas. Ela logo faz amizade com outras garotinha que também levaram suas bonecas pro parque. Isso nos deixa a sós. Nós e uma brisa, que balança seus cabelos. Parece que a conheci ontem. O nervosismo do primeiro beijo parece renascer a cada sorriso dela. Isso instiga minha mente. Os beijos são cada vez mais doces. Os olhares não se deixam. Exceto de cinco em cinco minutos, quando olhamos ao redor até encontrar as crianças. Assim, os minutos passam sem serem percebidos. A brisa aumenta, tornando-se uma pequena ventania, que faz a pipa subir rápido e nossa garotinha buscar abrigo nos braços da mãe. Elas vão ajudar o pequeno a segurar a pipa. Eu, nem me movi. Fiquei apenas olhando a cena, enquanto o vento vinha de encontro a meu rosto. Já é tarde. Voltamos todos, o banho se torna uma ótima brincadeira. Saem todos molhados e sorrindo. Mas logo o cansaço bate, e o filme fica pela metade. Levo as crianças pra suas respectivas camas. Ela não vai no colo. Mas vai bem abraçada e amparada. Vou até a janela, a lua está linda. Sua luz ilumina o rosto, ainda não amassado, da mulher que transformou meus dias em domingos eternos. Fecho as cortinas, nada podem atrapalhar seu sono. Amanhã é domingo.

5 de setembro de 2009

A ESCALADA

Eu quase posso ver

Esse sonho que estou sonhando.

Mas tem uma voz dentro da minha cabeça dizendo:

"Você nunca irá alcançá-lo".

Cada passo que eu dou

Cada movimento que eu faço

Parece perdido,sem direção

Minha fé está abalada

Mas eu, tenho que continuar tentando

Tenho que manter minha cabeça erguida

Sempre haverá uma outra montanha

E eu sempre vou querer removê-la

Sempre será uma batalha árdua

Às vezes eu terei que perder

Não se trata do quão rápido eu chegarei lá,

Não se trata do que está me esperando do outro lado

É a subida

As lutas que estou enfrentando

As oportunidades que estou tendo

As vezes podem me derrubar

Mas não, eu não estou caindo

Eu posso não saber disto

Mas são esses os momentos dos quais eu mais irei me lembrar.

Só tenho que continuar

E eu

Tenho que ser forte.

Continuar prosseguindo

Porque

Sempre haverá uma outra montanha

E eu sempre vou querer removê-la

Sempre será uma batalha árdua

Às vezes eu terei que perder

Não se trata do quão rápido eu chegarei lá

Não se trata do que está me esperando do outro lado

É a subida

Continue em movimento

Continue escalando

Mantenha a fé

Tudo se trata da subida

Mantenha a fé

Mantenha a sua fé.



Obs: essa música não é minha! hehe, mas vale a pena ler.

1 de setembro de 2009

HOMEM QUE CHORA

A sensibilidade é combatida
A sociedade procura a força
O forte, determinado, vitorioso
Aquele que não tem medo
Medo da vida, do incerto
Incertezas que fazemos "maricas"chorarem.

Certo homem buscava a felicidade. Não encontrava no mundo o que pudesse lhe trazer prazer. Isso acontecia porque preocupava-se em satisfazer mais às exigências da sociedade do que o seu querer. Satisfazer e não ser satisfeito. Era determinado. Lutava por um futuro sempre melhor, sempre mais rico do que ontem. Buscava, sem o senso de vaidade, parecer mais bonito do que era. Era forte. Só assistia filmes de ação e guerra. Só saía pra gandaia desacompanhado, solteiro. sempre a procura da caça. Era firme em suas decisões. Apanhou algumas vezes por isso. Mesmo assim, nunca chorou. Homens não choram.

Eu... eu o que busco. Não sei ainda que caminho seguir para chegar lá. Já me frustrei tentando agradar a sociedade. Busco ser feliz, a paz. Só isso. Estava perdido e fui salvo. Sou determinado. Mesmo não sendo agressivo em minhas ações para chegar onde quero. Sou mais sutil. Não desejo riquezas, apesar de não ignorar o possibilidade. Sou vaidoso, além de não ter beleza suficiente pra ostentar. Não me preocupo mais com isso. Sou fraco de físico. Forte na fé. Creio que posso chegar onde quero. Ou melhor, onde Ele quiser. Eu amo. Sozinho, é verdade, mas amo. E muitas vezes ofereço mais do que posso suportar. Mas esse amor é que me move. Me motive, me emociona. Assisto romances, comédias, aventuras e dramas. Vejo as pessoas que sofrem ao meu redor. Penso na dor daqueles que estão próximos de mim. Choro por essas coisas. Sim, sou um homem que chora. Não me envergonho disso.

24 de agosto de 2009

PARA BENS MAIORES

Saber abraçar, sentir
Olhar nos olhos e dizer
O que a mente não tem coragem
Fechas os olhos e gritar
O que o coração em prantos sussurra
Por que nos escondemos?
Por que nos preservamos?
A maquilagem escorreu
Com as lágrimas que dos olhos jorraram
Riscou o rosto com saudade
Com dúvidas, com medo
Esquecimento
Esqueceram
Me deixaram
Abandono

Abandone esse sentimento
Senti no chão, deite no colo
Chore de alegria, ria
Imite, critique, bata na boca
Faça umas "coisinhas" aqui, outras ali
Registre o momento, grave
O momento em que a desilusão
Lágrimas e susto se tornaram grandes gargalhadas
Abra o sorriso
Seja feliz
Como um bolo feito pela Tia Vilma
Beba Coca-Cola
Ria mais, seja capaz
De entender o que a vida te reservou
O que Deus, cuidadosamente, preparou
Dizer parabéns pelo msn não basta

Um abraço apertado
Um sorriso, mesmo que esfolado
Uma rima pobre
Em uma caixinha de cobre

Essa você pode levar pra casa
Nela o coração, um ombro
Um amigo, um irmão
Uma mão
Um carinho, um beijinho
Um abraço, um versinho.
Fim, do poema, início de um dilema

18 de agosto de 2009

SONHO DE UM CEGO

Os olhos, já escuros, se fecham. Um bocejo e uma lágrima. O dia foi árduo. Finalmente o merecido descanso. A cabeça sobre plumas. O corpo coberto, aquecido. A mão corre pelo cobertor, o tato é macio. O corpo desliga. Mas a mente não para. A fábrica humana de sonhos funciona a todo vapor. Uma linha de raciocínio vira uma estrada, um caminho. O pé descalço segue por ele.
O sinal se fecha. A espera pelo silêncio dos motores para poder atravessar a rua. Os motores não param. A rua não se silencia, o mundo não dá passagem. Ele se atreve e atravessa assim mesmo. Um cão late. Agora dois. Um focinho gelado toca sua perna. Sua mão procura. Acaricia o macio pelo branco de um cachorro preto. Um bando de cachorros o guia para o outro lado da cidade, onde uma guangue de ratos o prende em uma cadeira e começa a interrogá-lo. Onde estão os queijos, vermelhos e suculentos. Os queijos tem gosto de vermelho. Ele não sabe. A fria geladeira e grande demais para poder localizar todo o queijo do mundo.
Ouve-se uma voz, os ratos se movem. É uma voz de mulher, nova, rouca mas delicada. Ele conhecia mulheres, já havia apalpado seios. Ela o pega no colo. Esses são muchos e caídos, e o tronco curvo. Ele olha sua face. Ingênua e grosseira. Te mostrarei os queijos. Ela diz. O que se passa a seguir são incógnitas. Voaram? Deslizaram? Caíram? Não se soube. Mas passou a sentir frio. Estavam no pólo norte. A grama parecia molhada de orvalho, o deserto verde e gelado se estendia até onde a forte luz solar lhe permitia ver.
Os ursos, pequenos e cinzas, rolavam enormes massas vermelhas e furadas. Era o queijo mais fedorento que já tinha cheirado. Um urso se aproximou. Ele levou a mão para o sentir. Era macio, como seu cobertor que tinha caído no chão, o deixando com frio. Ele rola na cama. Esbarra em alguém, que com uma voz rouca e suave o chama pelo nome. Ele abre os olhos e vê a face pálida e amassada de sua esposa.
Tive um sonho estranho! Exclamou enquanto se olhava no espelho. Era cego, não conseguia atravessar a rua, fui sequestrado por ratos que queriam os queijos do pólo norte...
Sim ele via. E sonhava. Mas vivia em um mundo real onde seus sonhos eram mais loucos. Sonhava que estava vivendo como se devia. Que fazia as coisas certas. Ninguém lhe abria os olhos. E assim, todo queijo era rolado pra longe, todo o calor era perdido. A vida não era vivida devidamente. Não via seus erros. Era cego e vivia em um pesadelo.

9 de agosto de 2009

ABSTINÊNCIA EMOCIONAL

Acordar cedo, comer uma fruta colhida do pé. Ordenhar de uma rechonchuda vaquinha o branco leite. Arrancar da horta as eras que atrapalham o crescer das hortaliças. Arrancar algumas hortaliças e preparar uma salada para o almoço. Deixar as vasilhas na pia e tirar uma soneca, sem compromisso com horários. Espreguiçar. Soltar a vaca no pasto. Colher algumas frutas no pé. Recolher os ovos das galinhas que vivem soltas no mato. Requentar o almoço, lavar as vasilhas. Tomar um banho mal tomado. Dormir sem roupas íntimas.
Essa é a rotina daquele que vive entre as as rochas, escondido dentro da mata, num casebre de um cômodo só. Sem família, sem vizinhos, sem música, sem rotina. Sem sentimentos. Perdera os sentimentos antes de nascer. Quando sua mãe reclamava e brigava com seu pai pela desgraça de engravidarem. Ele fugiu. Ela bateu na barriga e entrou em trabalho de parto. Não quis ver a criança. Não quis vê-lo. Foi criado pelo avô, que morava entre as rochas, escondido na mata. Foi o único humano que conheceu.
Não sonhava, não sorria. Não chorava, dor não sentia.
Se privava de emoções. Tinham descoberto seu esconderijo uma vez. Ele não sentiu raiva. Nem alegria. Só pediu que se retirassem. Não tinha medo. Não sabia o significado de saudade. Aliás, não sabia português. Tinha falado um dia. Já não falava mais.
Um dia, ao olhar pro céu, viu algo colorido. Não sentiu curiosidade, mesmo assim seguiu aquilo. Ele aproximou-se da terra. Pousou numa clareira perto da cachoeira onde tomava banho. Tirou o capacete. Um cabelo comprido e loiro balançou ao vento. Via tudo escondido no mato. Aquilo falou com alguém que não estava lá. Juntou suas asas, pôs nas costas e sumiu no mato. Foi assim que ele descobriu o amor. Mas não quis encara-lo. Não conseguiu demonstrá-lo. Apenas o sentiu, e deixou de sentir. Por um dia sentiu saudade. Mas preferiu não sentir mais. Isso o incomodava. Preferiu não sentir. Preferiu não sonhar. Preferiu não amar.

31 de julho de 2009

ASSASSINATO

O que dizer em momentos assim? Aconteceu! Estava lá. Quieto na minha, pensando no nada, curtindo a música. Aí, completamente bêbado de ouvir o soar dos violinos, o inebriante ruído dos oboés, caí. O impacto da face ao solo me causou um desequilíbrio emocional. O clima fez-se frio e a música em silêncio. O eu tornou-se outro. E ao abrir o olho, lá estava eu, deitado no chão, ao lado de uma bela garota. Estranha, mas bela. Seus cabelos estavam sobre meus braços. Suas pernas cobertas por um tecido alvo e rubro. Manchado da mais pura verdade, a morte. O sangue agora escorria por baixo do pano e corria em minha direção. Meu coração esfriou-se tanto quanto o ar ao meu redor. O que havia eu feito àquela mulher? As pessoas ao redor olhavam aterrorizados, um grito ecoou em meus ouvidos, os violinos voltaram a ser ouvidos, num som mais suave e melancólico que antes. luzes vermelhas e azuis começaram a piscar na janela. Seria interrogado, não sabia o que responder, não sabia o que havia acontecido. Minha embriagues impedia-me de equilibrar minha mente em algo que pudesse fazer sentido. Mas porque ainda estava no chão? porque permanecia ao lado dela? A imagem começou a sumir da minha cabeça. A polícia entrou. Uma mão mexeu sobre o pano. Iria fugir? Iria ser preso? O pano suspendeu-se. E meus braços foram descobertos. Ela levantou-se. Compreendia menos ainda o que via. Percebi uma faca ao meu lado. Meus punhos eram a fonte de tão abundante sangue. Meus olhos se fecharam por completo, o som dos violinos voltaram a esvaecer. Meu ser deixou de ser terreno. Não mais sou. Morto estou.

28 de julho de 2009

UM DIA AMOR

Um dia você irá abrir esse blog, e ao invés das velhas lágrimas e reclamações você encontrará um texto parecido com o que escrevo agora imaginando o que escreverei no dia em que isso ocorrer:
O dia chegou. O dia que nem em meus mais alegres sonhos (que aliás são poucos) aconteceu. O braço não mais permanece aberto sem o abraço para o preencher. O lábio não mais fala de coisas que estão cheias o coração, se cala ante a face daquela que corresponde com o olhar de espanto e esperança. A mão não mais acena o que passa do outro lado da rua, agora segura firme a outra mão que procura o toque de quem ama. E eu amo. Amo, inclusive, tudo isso. Esse clima ridículo de contos de fada, de felizes para sempre, apesar de saber que isso não existe. A sensação de borboletas no estômago, apesar de ter comido um cachorro quente, não borboletas. Essa cara de panaca olhando-se no espelho, procurando os defeitos antes que ela os ache! E tudo isso é muito bom! Poder ter medo, medo de perder algo que nem posso afirmar ser meu!
A figura imóvel em minha frente permanece lá! Não é uma ilusão, nem uma sombra. É a tão esperada garota, menina mulher, alma gêmea, a metade da minha laranja. Amor, amor! O maior dos sentimentos. Maior do que eu posso sentir, maior que o coração. Maior que sonhos mais alegres (que aliás são poucos), sonhos que se multiplicarão, pelo simples fato de ela estar neles agora, e estarão pra sempre.

24 de julho de 2009

ABRAÇO NEGADO

Estava eu de braços abertos.
Disposto a dar e receber,
Disposto a dedicar-me.
Errar e acertar.
Queria um algo a mais,
Queria dizer um oi.
Um seja bem vinda!
Um te ...
Mas diante dessa cena lamentável
De perspectiva dúbia
Ao invés de responder ao abraço
Ela estendeu a mão.
Um simples aperto,
E nem tão apertado assim.
Era um adeus.
Queria um oi, mas foi um adeus.
Precisava ao menos de desilusão.
Mas nenhuma dúvida pairou no ar.
Era uma despedida.
Não, simplesmente não.
O abraço ficou no ar,
O oi ecoou no infinito do pensar.
Pra que pensar?
Pra que questionar?

Ela abraçou um outro alguém.
Seguiu seu caminho.
Agora sozinho, com os braços ainda estendidos
Sinto o vento à proa dos sonhos.

20 de julho de 2009

AMIGO

Amigo é coisa pra se guardar...
Dizia o poeta em uma música que na América se ouviu!
Mas acho que podemos pensar o contrário.
Amigo é coisa pra se guardar
Quando não pode estar perto
E guardar não satisfaz.
Amigo é coisa de se ter
Ter e usar
Use e abuse dos seus amigos.
Use sem moderação!
Se não tiver como usar seus amigo
Infelizmente te digo: isso não é amizade!
Amigo é durável
Resistente, impregnante,
é visível, é palpável
é chato, mas ouvível!
Amigos amigos, negócios a parte!
Negócios que valem muito
Ter alguém do seu lado é fácil
Ter pessoas perto é fácil
Ter alguém que goste de você é possível.
Ter um amigo de verdade, não tem preço!
Mas o preço que se paga pra manter uma amizade é caro!
Preço que estou disposto a pagar.
Amigos, amos vocês!

16 de julho de 2009

DESAPONTAR E SER DESAPONTADO


Ser o homem inteligente, simpático, interessante, bonito. Ser o filho educado, obediente. Ser o estudante nota 10, interessado. O cristão correto, fiel. Esses e tantos outros atributos que fariam de alguém o cara perfeito. Impossível de ocorrer! Ser perfeito. E apesar dessa certeza muitas vezes buscamos ser assim. Eu confesso que busco ser perfeito. O problema é tentar ser perfeito para os outros e não ser quem você gostaria de ser. Isso gera um desapontamento. Não conseguir ser o que os outros querem nos deixa desapontado e desaponta os outros, sem motivo aparente, afinal, o esforço pra buscar a perfeição foi feito.
Chega disso. É hora de desapontar. E fazê-lo pra valer. Nada mais de sofrer para agradar aos outros. Nada mais de desapontar sem querer. A ideia é desapontar por querer. Isso parece egoísta ou malvado. Mas passo a pensar que não. Não pense também que vou maquinar não fazer nada que me pedem, ou ser desleixado com os relacionamentos. Não farei isso por maldade, mas por necessidade. É preciso tomar uma decisão, tomar um rumo, seguir um caminha, adotar um alvo, e tantas outras figuras de linguagem quantas forem necessário.
Deu pra entender? O caso é, vou passar a fazer o que posso e que quero. Sendo eu mesmo e tentando me desapontar menos. Consequentemente passarei a desapontar as pessoas que não concordam com minha opinião ou minha atitudes.
Então, a partir de agora é desapontar mais. Logo, não se sinta tão desapontado assim comigo, farei o que posso e deixarei de tentar o impossível.

7 de junho de 2009

REDOMA


Protegido de tudo, um ser encontra-se dentro de uma redoma. O vidro o permite presenciar sem participar o que ocorre ao derredor. Sua beleza, sua bondade e perfeição são dignas de cuidados. É quase intocável. É complexo, mas frágil. Por isso a redoma. Permanecer belo, intocável, santo. Proteger-se, mesmo não vivendo. Dentro da redoma, a solidão consome. O inverno nunca chega. E o ar acaba. E o que era belo, intocável padece. De perfeito passa a nada. Perfeição. Beleza, vida. Conceitos voláteis. Protegidos por nada mais que você mesmo. A redoma deve ser quebrada. O vidro deve cortar o ser. Deformável. Tocável e frágil, tão simples. Ser. Viver. Permanecer vulnerável. Perfeitamente você. Imperfeito. Interactivo. Iterativo. Não há mais beleza na redoma. A beleza está na imperfeição. A rosa, murcha, morre. Isso é belo. Já não é. Beleza. Toque. Que leva a sentir, o frio do inverno que chegou. O vento no rosto. O oposto da redoma. Mas respirável. Não finito. Vidro quebrado. Não protege. Transforma, ensina, revela. Desprotegido de quase tudo, um ser encontra-se fora de uma redoma quebrada.

6 de junho de 2009

EDIFÍCIOS





É entre a imensidão dos arranhaceis que minha alma tem a mínima noção do tamanho e importância que tenho no mundo. É sobre a sombra de um prédio que experimento a triste sensação de auto controle. Eu os faço. Eu os possuo. Eu os crio. É andando em uma avenida movimentada, congestionada que paro pra pensar. É o único momento do meu dia em que paro. Só eu, não ela. Ela fica lá. Incrustada em meu ser. Sem ter a coragem e a compreensão de é ao lado das gigantes torres de concreto que é o seu lugar. Almas se aglomeram ao redor de prédios. Principalmente os antigos. Na esperança de que o que é imenso fisicamente destrua, anule o que é imenso interiormente. Meu ser deseja que eles ruam. Caiam diante de meus olhos. Sobre mim. Todo dia edifícios caem ao meu redor. Não tive a sorte de que um caia sobre mim. E a alma grita. Permanece. Na sombra deles a esperança renova. E o ser grita. Mas esse é seu desejo. Isso. Ruína. Se na carne caio, se a alma foge, me esvazio. Apesar de vazio não sou oco. O meu ser me sustem. Meu espírito me suporta. Elevo-me ao céu. E não mais estou sobre as sombras. Agora já não importa que caiam. Estão sempre abaixo de meus pés. Meu espírito. Meu ser. Meu sustento.
Ruínas nunca mais. O passado ao passado pertence. Elevo os olhos para os montes. Já não estou enclausurado em congestionamentos. Já não estou sobre sombras. Edifícios. Eu os faço. Eu os destruo. Eu os elevo, e os ignoro. A alma não prevalece. O espírito preenche. É difícil, mas não mais edifícios.

21 de maio de 2009

MONÓLOGO SOLITÁRIO

Porque falar, se o falado ao que fala não volta?
Se a conversa a dois procede
A dois o assunto remete
A não ser que um em outro lugar esteja
E apesar de que o veja
O assunto é um, e um só fala.
E porque falar, se o que se ouvi em troca é um "aham"!
Se é que "hum" e "aham" são falas.
São sons que não dizem
Dizem o que pensam, e não pensam.
Esquecem que a conversa a dois pertence.
Penso no que falo
Penso no que não ouvi, se é que ouço
O "aham" que balbucia.
No silêncio reflete
O que de dentro, inverte
O que a cabeça pensou.
Mas não disse.
Pra que falar se o olhar desvia
E o outro finge que via
Mas não viu seu sinal.
Foi um tchau ao nada
Ao estranho na estrada
Que me engana com o olhar.
Olha mas não vê o sorriso
Que ao estranho dirijo
Sem saber se é pra mim que acena.
E a comunicação se desvia
Pois via alguém que eu não vira
Visto a face de sorriso
Mesmo estando em outro lugar
Pra que haja, ao menos
A ideia de que estou aqui.
Mas não estou.
Por isso não falo.
Por isso não respondo.
Por isso não converso.
Por isso, ainda, não amo.

16 de maio de 2009

TUDO MENTE...

Depois de algumas ideias malucas na cabeça queria escreve-las. Ansiosamente vim pra casa fazê-lo.


A mente humana tem seus segredos. Inconscientemente fazemos coisas a todo instante. E felizmente controlamos a maioria de nossas atitudes. Loucamente agimos. E isso é bom, as vezes. O que me deixa impacientemente desconfortável. Não pelo fato de fazer coisas inconscientemente, mas por fazê-las conscientemente. Sim. Minha consciência barra grande parte das aventuras que provavelmente viveria se deixasse que meu inconsciente tomasse algumas de minhas decisões. Inesperadamente é que digo-vos isso. O mundo exige de nós um comportamento diferente. Pensar muito antes de fazer. Pesquisar. Ter certeza. E provavelmente você deve estar pensando que estou equivocado. Se estou não sei. Mas certamente posso dizer que, em meu viver, meu inconsciente pertence a Deus. Indiscutivelmente Ele sabe o que é melhor pra mim e me guiaria se minhas fraquezas constantemente não me impedissem de confiar no impulso de fazer, por exemplo, coisas simples como dizer um te amo, dar um sorriso, estender a mão a quem precisa de ajuda ou o ouvido a quem precisa de um amigo. Sim, isso é o agir de Deus. Ele fielmente está conosco. E essas atitudes são extraordinariamente uma das formas de Deus se revelar diariamente a nós. Permita que diariamente suas atitudes sejam controladas por Ele. Você sentirá a diferença, felizmente. Ele está prontamente a espera de uma decisão sua. Abra seu coração e sua mente. Infelizmente (pelo menos eu acho) era só isso!

10 de maio de 2009

PRETO NO BRANCO

Grosso e Cinsero.

Foi assim que uma amiga me descreveu. E ainda disse pra eu não me orgulhar disso!

Então brinquei que seria um problema se fosse sensível e cinsero. Ela disse que era! Mas ela é mulher! Depois dessa fui chamado de machista. Tive que confessar que sou sensível até demais. E que um dos meus melhores dons é a camuflagem. Por isso o lado sensível não é visto (geralmente). Ela, como uma boa amiga disse: Você não precisa de camuflagem comigo...precisa?

Bem, daí pra frente surgiram várias frases interessantes que queria compartilhar com vocês. Elas não dizem a verdade, mas também não mentem. E não é necessariamente o que creio, mas o que penso.




  • Um camaleão não deixa de se camuflar porque está na frente de um outro camaleão.

Mesmo diante dos amigos, o costume e a necessidade de nos esconder nos obriga a esconder. O mundo nos rodeia com seus predadores a todo instante. E a camuflagem é uma ótima arma. Mas ela demonstra medo. Medo de enfrentar os problemas. Medo de demonstrar sentimentos.



  • Uma amizade, entre pessoas ou camaleões, tem que ser transparentes. As pessoas tem que se permitir conhecer como são.

Qualquer vínculo afetivo e demonstrado através de intimidade. Intimidade é conseguida através de conhecimento. Como haveria amizade verdadeira sem uma real intimidade construida sobre a certeza de que é o outro!?



  • O camaleão sabe sua verdadeira cor?

Quando se muda de cor muitas vezes, nos esquecemos da verdadeira cor. Criamos uma estampa de zebra sem saber se somos preto com listras brancas ou o contrário. E isso faz muita diferença.



  • Se for transparente comigo mesmo, o que verei no espelho a não ser o passado?

A resposta foi: Vendo o passado nós nos relembramos dos erros e não os cometemos de novo no futuro..então..qual o mal de se ver o passado? E a resposta é simples: o Presente! Não podemos viver olhando sempre pra trás! O que fui pode ser apagado. Mas o que sou hoje é que interessa ser mostrado.



  • A cor natural é essencial para um relacionamento com nós mesmos, com nossos amigos, e com Deus, que é nosso maior amigo e conhece a nossa verdadeira cor. Criar uma nova cor, é uma fuga....e se a gente foge a vida toda, nunca aprendemos a lutar de verdade. Vivemos em um eterno teatro, uma eterna representação...e isso não é a vida!

Bela conclusão. A vida é um palco, onde estamos expostos a todo momento. Cada um mostra o que quer. As cores são variadas, mas só ganharão o "Óscar" aquele que consegue ser de uma cor só.



Não quero chamar atenção. Não pretendo ser ator. Não vivo diante do espelho me procurando. Simplesmente vivo. Mudando de cor, ou não, tento ser eu mesmo. Perdoem-me se as vezes mudo do preto pro branco. Tenham certeza, um dia serei eu!

21 de abril de 2009

SIMs e NÃOs

Engraçado ter visto, em duas noites consecutivas, filmes com Adam Sandler. Segunda foi o "clic" e terça "Um faz de conta que acontece". E mais engraçado que os filmes é o tanto que a gente pensa na nossa vida depois de filmes como esses!
Não que eu tenha um controle remoto mágico, nem sobrinhos que predigam o futuro! Aliás meus irmãos são muito novos pra eu ter sobrinhos! O que quero dizer é: o que tenho feito da minha vida? Em que tenho gasto meu tempo?
É certo que meu futuro não está em minhas mãos, como dizem por aí. A Deus pertence o amanhã, e isso é fato. Mas isso não anula a possibilidade e a responsabilidade de dizer sim ou não às oportunidades que Deus nos dá.
É fácil dizer que poderia administrar melhor meu tempo, que deveria valorizar coisas que não valorizo, que devia a cada dia aproveitaria melhor as pessoas que estão ao meu redor, que planejaria melhor o amanhã para que nada passasse despercebido e tivesse aproveitamento máximo do meu dia. Fácil porque é o que todos queremos. Uma vida prescrita e perfeitamente administrada. Onde cada situação e pessoa recebe a atenção que merece.
Nossos dias são curtos para o tanto de oportunidades e decisões que devemos tomar. Nem todas podem receber um sim como resposta! E o não as vezes é necessário, além de indesejável. Essas decisões é que determinam nosso futuro. Elas não são um botão do nosso controle mágico para determinar o futuro, mas são a forma de externar quem realmente somos. Nosso caráter, a essência do nosso espírito é refletido nas decisões do dia-a-dia.
Onde Deus entra nisso? Nos agraciando com um futuro! Independente de "sins ou nãos" não merecemos nada bom para o amanhã. O pecado nos sufoca, esgota nosso tempo, nos cega; nos faz gananciosos e imorais. Mas o desejo de servir a Deus, o amor e gratidão pelo futuro que Ele nos oferece é externado em nossas decisões. Essa deve ser a essência! A motivação!
A resposta para "O que tenho feito da minha vida? Em que tenho gasto meu tempo?" deve vir de uma vida consagrada. Independente da resposta às oportunidades que nos são apresentadas, Deus deve estar nelas.

19 de abril de 2009

RECOMEÇO

Se você leu meu primeiro texto, e provavelmente não o fez, você já leu a ladainha que vou escrever aqui.
Todo começo é difícil! Os recomeços são mais!
Recomeçar a estudar depois de um período de férias prolongados é dose.
Reatar um namoro depois de muito tempo separados pode ser uma maravilha, mas as vezes é sufocante para uma das partes. Digo isso porque nunca tive um namorada.
Voltar a escrever depois de umas férias prolongadas e de muito tempo separado de uma namorada que nunca tive é realmente difícil!
Tentei me descascar. As primeiras cascas são as mais duras, e mais doloridas. Digo isso porque ainda estão em mim. Desde sempre tento removê-las. É difícil fazer isso sozinho!
Tá, dessa vez tenho a desculpa do não tinha internet, nada de mais aconteceu (isso ;e uma mentira), e a do nunca me lembro!
Mas bem, recomecei! E pretendo não parar (tão cedo).
Eu disse que você já leu essa ladainha antes!
Vamos ver aonde isso vai parar!
Bom. Paro esse recomeço aqui antes que ele se torne o final!