2 de dezembro de 2009

VESGO

De longe a mente vê
Que o corpo já não aguenta.
O olhar fundo enxerga
O que é obrigado.
Por ele, já estaria fechado.
Por mim, já estaria dormindo.
O pé balança, a boca abre.
Sem som. Sem vontade.
Fecha-se a boca, mas não os olhos.
Que de longe vêem o relógio.
A mente fecha, mas o corpo não para.
A alma declara falência.
Falência múltipla das vistas.
O que os olhos não vêem,
A mente inventa.
Meia noite e cinquenta.
Um olho olha pra tela.
O outro pra cama.
Boa noite, nem vesti meu pijama.

Nenhum comentário: